quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Terça, 21 de julho de 2009.


Terça-feira, 21 de julho, por volta das 13 horas. Eu estava com muita pressa. Estava atrasado. Andando rápido, na Conceição, rua que liga o centro de Campinas ao Cambuí, um dos mais “nobres” bairros de Campinas.
Nessa caminhada, passo por muitos restaurantes, alguns deles chiques com homens de terno, entrando e saindo. De repente, me deparo com uma pessoa. Uma pessoa caída no chão. Uma pessoa sem sonhos. Uma pessoa sem esperança. Uma pessoa que queria ser apenas uma pessoa. Mas no meio de tantas outras pessoas bem vestidas, elegantes, essa pessoa era quase despercebida. Muitos engravatados passavam por ela, pisavam em cima, olhavam para ela, mas não a enxergavam.A observaram só enquanto eu tirava a fotografia. Meu coração se encheu de amor, ao ver essa pessoa caída no chão.
Não pude passar despercebido por isso. E até hoje, meu coração se enche de compaixão quando me lembro dessa cena. Fiz então, um texto, sobre “essa pessoa”, que deixou meu coração quebrantado.


Ele não queria uma cama Box, requintada e luxuosa.
Ele não queria uma calça descolada da Diesel.
Ele não queria uma Nike Shox do último modelo.
Não, ele não queria um almoço em restaurante caro, com pessoas admirando-o por possuir um carro do ano, ou uma casa em AlphaVille.
Ele apenas queria um lugar pra descansar.
Ele queria uma calça limpa, mesmo que fosse da “pior” marca.
Ele queria um tênis, que simplesmente protegesse seus pés feridos.
Ele queria apenas 1 refeição, pra ver se enganava seu estomago que há tempos grita por comida.
Ele precisa de fé e esperança. Ele precisa de respeito. Ele precisa que o enxerguemos como um ser humano, que têm direitos. Ele precisa de mim, ele precisa de você.

Homem deitado na calçada, eu amo você.

3 comentários:

  1. Nousaaa meu profudoo, eu penso o mesmo...
    "Anjos da rua, que não podem sonhar, pois a calçada é um berço, onde não sabem se vão acordar!"

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  2. isso mesmo susana...eles tem sentimentos, vontades, desejos...enfim, são tão humanos como nós, mas os ignoramos..

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